sexta-feira, abril 28, 2006

o 25 de abril: para uns uma coisa, para outros outra...

foto: www.fmsoares.pt (só là fui porque sabia que là havia fotos boas... senão...)


"Se alguém quisesse acusar os portugueses de cobardes, destituídos de
dignidade ou de qualquer forma de brio, de inconscientes e de rufias,
encontraria um bom argumento nos acontecimentos desencadeados pelo 25 de
Abril.
Na perspectiva de então havia dois problemas principais a resolver com urgência.
Eram eles a descolonização e a liquidação do antigo regime.
Quanto à descolonização havia trunfos para a realizar em boa ordem ecom avantagem para ambas as partes: o exército português não fora batido em campo de batalha; não havia ódio generalizado das populações nativas contra os colonos; os chefes dos movimentos de guerrilha eram em grande parte homensde cultura portuguesa; havia uma doutrina, a exposta no livro Portugal e o Futuro do general Spínola, que tivera a aceitação nacional, e poderia servir de ponto de partida para uma base maleável de negociações. Aspossibilidadeseram ou um acordo entre as duas partes, ou, no caso de este não se concretizar, uma retirada em boa ordem, isto é, escalonada e honrosa.
Todavia, o acordo não se realizou, e retirada não houve, mas sim uma debandada em pânico, um salve-se-quem-puder. Os militares portugueses, sem nenhum motivo para isso, fugiram como pardais, largando armas e calçado, abandonando os portugueses e africanos que confiavam neles. Foi a maior vergonha de que há memória desde Alcácer Quibir. Pelo que agora se conhece,este comportamento inesquecível e inqualificável deve-se a duas causas. Uma foi que o PCP, infiltrado no exército, não estava interessado num acordo nem numa retirada em ordem, mas num colapso imediato quefizesse cair esta parte da África na zona soviética.
O essencial era não dar tempo de resposta às potências ocidentais. De facto, o que aconteceu nas antigas colónias portuguesas insere-se na estratégia africana da URSS, como os acontecimentos subsequentes vieram mostrar.
Outra causa foi a desintegração da hierarquia militar a que a insurreição dos capitães de uinício e que o MFA explorou ao máximo, quer por cálculo partidário, quer por demagogia, para recrutar adeptos no interior das Forças Armadas. Era natural que os capitães quisessem voltar depressa para casa. Os agentes do MFA exploraram e deram cobertura ideológica a esse instinto das tripas, justificaram honrosamente a cobardia que se lhe seguiu. Um bando de lebres espantadas recebeu o nome respeitável de «revolucionários». E nisso foram ajudados por homens políticos altamente responsáveis, que lançaram palavras de ordem de capitulação e desmobilização num momento em que era indispensável manter a coesão e o moral do exército para que a retirada em ordem ou o acordo fossem possíveis.
A operação militar mais difícil é a retirada; exige em grau elevadíssimo o moral da tropa. Neste caso a tropa foi atraiçoada pelo seu próprio comando e por um certo número de políticos inconscientes ou fanáticos, e em qualquer caso destituídos de sentimentonacional. Não é ao soldadinho que se deve imputar esta fuga vergonhosa,masdos que desorganizaram conscientemente a cadeia de comando, aos que lançaram palavras de ordem que nas circunstâncias do momento eram puramente criminosas. Isto quanto à descolonização, que na realidade não houve.
O outro problema era da liquidação do regime deposto. Os políticos aceitaram e aplaudiram a insurreição dos capitães, que vinha derrubar um governo, que segundo eles,era um pântano de corrupção e que se mantinha graças ao terror policial: impunha-se, portanto, fazer o seu julgamento, determinar as responsabilidades, discriminar entre o são e o podre, para que a nação pudesse começar uma vida nova. Julgamento dentro das normas justas, segundoum critério rigoroso e valores definidos.
Quanto aos escândalos da corrupção, de que tanto se falava, o julgamento simplesmente não foi feito. O povo português ficou sem saber se as acusações que se faziam nos comícios e nos jornais correspondiam a factos ou eram simplesmente atoardas. O princípio da corrupção não foi responsavelmente denunciado, nem na consciência pública se instituiu o seu repúdio. Não admira por isso que alguns homens políticos se sentissem encorajados aseguir pelo mesmo caminho, como se a corrupção impune tivesse tido aconsagração oficial. Em qualquer caso já hoje não é possível fazer acondenação dos escândalos do antigo regime, porque outras talvez piores os vieram desculpar.
Quanto ao terror policial, estabeleceu-se uma confusão total. Durante longos meses, esperou-se uma lei que permitisse levar atribunal aPIDE-DGS. Ela chegou, enfim, quando uma parte dos eventuais acusados tinha desaparecido e estabelecia um número surpreendentemente longo deatenuantes, que se aplicavam praticamente a todos os casos. A maior parte dos julgados saiu em liberdade. O público não chegou a saber, claramente; as responsabilidades que cabiam a cada um. Nem os acusadores ficaram livres da suspeita de conluio com os acusados, antes e depois do 25 de Abril.
Havia, também, um malefício imputado ao antigo regímen, que era o dos crimes de guerra, cometidos nas operações militares do Ultramar. Sobre isto lançou-se um véu de esquecimento. As Forças Armadas Portuguesas foramalvode suspeitas que ninguém quis esclarecer e que, por isso, se transformaram em pensamentos recalcados. Em resumo, não se fez a liquidação do antigo regímen, como não se fez a descolonização. Uns homens substituíram outros, quando os homens não substituíram os mesmos; a um regímen onopartidário substituiu-se um regímen pluripartidário.
Mas não se estabeleceu uma fronteira entre o passado e o presente. Os nossos homens públicos contentaram-se com uma figura de retórica: «a longa noite fascista». Comestes começos e undamentos, falta ao regime que nasceu do 25 de Abril um mínimo de credibilidade moral. A cobardia, a traição, a irresponsabilidade, a confusão, foram as taras que presidiram ao seu parto e, com esses fundamentos, nada é possível edificar.
O actual estado de coisas, em Portugal, nasceu podre nas suas raízes. Herdou todos os podres da anterior; mais a vergonha da deserção. E com este começo tudo foi possível depois,como num exército em debandada: vieram as passagens administrativas, sobcapa de democratização do ensino; vieram «saneamentos» oportunistas einíquios, a substituir o julgamento das responsabilidades; vieram os bandos militares, resultado da traição do comando, no campo das operações; vieramos contrabandistas e os falsificadores de moeda em lugares de confiançapolítica ou administrativa; veio o compadrio quase declarado, nos partidos eno Governo; veio o controlo da Imprensa e da Radiotelevisão, pelo Governo e pelos partidos, depois de se ter declarado a abolição da censura; veio a impossibilidade de se distinguir o interesse geral dos interesses dosgruposde pressão, chamados partidos, a impossibilidade de esclarecer um critério que joeirasse os patriotas e os oportunistas, a verdade e a mentira; veio oconsiderar-se o endividamento como um meio honesto de viver. Os cravos do 25de Abril, que muitos, candidamente, tomaram por símbolo de uma primavera, fanaram-se sobre um monte de esterco. Ao contrário das esperanças de alguns, não se começou vida nova, mas rasgou-se um véu que encubra uma realidade insuportável. Para começar,escreveu-se na nossa história uma página ignominiosa de cobardia e irresponsabilidade, página que, se não for resgatada, anula, por si sótodoo heroísmo e altura moral que possa ter havido noutros momentos da nossa história e que nos classifica como um bando de rufias indignos do nome de nação. Está escrita e não pode ser arrancada do livro. É preciso lê-la com lágrimas de raiva e tirar dela as conclusões, por mais que nos custe.Começa por aí o nosso resgate.
Portugal está hipotecado por esse débito moral, enquanto não demonstrar que não é aquilo que o 25 de Abril revelou. As nossas dificuldades presentes, que vão agravar-se no futuro próximo, merecemo-las, moralmente Mas elas são uma prova e uma oportunidade. Seformos capazes do sacrifício necessário para as superar, então poderemos considerar-nos desipotecados e dignos do nome de povo livre e de naçãoindependente."
António José Saraiva



terça-feira, abril 25, 2006

"o amor é um lugar estranho"... e não vem em nenhum mapa

Por isso me perdi pelo caminho até conseguir aqui voltar. A vida tem destas coisas e este lugar, onde todos queremos estar, pode mudar do dia para a noite... tipo las vegas! Ganhamos e perdemos a cada vez que lançamos os dados e abrimos os olhos para um novo dia.
Tenho passado dias muito confusos. Perdi uma das pessoas de quem mais gostava, e uma daquelas que gostava de mim incondicionalmente, o que é raro. Não era família biológica, mas mais que isso, daquela que se escolhe. Daquelas pessoas com quem se gosta e conversar e se admira. Um modelo que seguimos. E pelo mesmo dia, o meu avô assustou-me num daqueles momentos que pensamos só existir nos filmes, em que temos a certeza que a pessoa já não está cá enquanto lhe seguramos a mão durante o que os parce uma eternidade rodeados de aparatos e pessoas estranhas a dar ordens, mas regressa... sem se lembrar de mim. Foi um choque, e ele nem se lembra do que se passou. Sente-se diferente, melhor até nalguns aspectos. Vá-se lá entender estas coisas, quanto mais acostumarmo-nos a elas!?!
Pergunto-me onde estarão as imagens que guardava de mim a andar de triciclo no corredor de sua casa, das tardes no piano, do nosso cumprimento especial, da minha "falta de circunspecção"... do meu nome.
Em 24 horas "morre-me" alguém, e eu "morro" para outra pessoa, sem aviso. E porque há tantos tipos de amor, todos no mesmo lugar, aquela coisa do "ninguém é insubstituível", aqui não vale, porque o vazio não pode ser preenchido por ninguém mesmo que à nossa volta se desdobrem em malabarismos, "aquele" amor que foi inventado por nós as pessoas em causa, e que já gostavam de mim mesmo antes de eu nascer, e independentemente daquilo que eu escolhesse ser... desaparece tudo como num truque de ilusionismo que não se chega nunca a desfazer.
Cheguei à conclusão que estamos naquela fase da vida em que começamos a perder as nossas principais fontes para passarmos a ser numa delas, e a coisa só se volta a equilibrar quando recebermos de volta um tipo de amor diferente, mas igualmente verdadeiro.
Tão puro como aquele que fez com que a olívia fugisse de casa e se fosse enamorar por um rafeiro arraçado de husky do tamanho de um urso, coitada. O veterinário diz que não deve estar de "esperanças" porque as cadelas do seu pedegree são exigentes na escolha e optam pelos melhores genes. Vá-se lá saber porquê, ou afinal porque o amor é esse lugar assim, lá passou a manhã no moínho com o escolhido. E a minha mãe até diz que leu numa revista que é o que está na moda em Hollywood, estes cruzamentos pouco prováveis. Mas eu sempre sonhei com os cachorrinhos da raça dela, eaté tinha casamento apalavrado com o macho da Célia, e agora isto...
Quiz o acaso que assim fosse e foi assim também que eu finalmente percebi que a minha vida continua com as peripécias do costume.
Em vez de me lamentar , e depois de muita conversa com o J., passei a sentir que a minha obrigação é vir a tornar-me para alguém naquilo que estas pessoas foram e serão sempre para mim.
E tu bicuka, que "nos bastidores" apanhaste comigo quando nem vontade tive de por aqui passar, gostei muito de te ver e ao teu A. com "o mundo na mão" a caminho da Palestina, porque afinal, mesmo que eu feche os olhos as coisas vão acontecendo e eu não quero perder nada... excepto a parte dos rafeiros, que sinceramente se não fosse a piada, preferia que não tivesse acontecido. E nós tentámos a "pilula do dia seguinte", mas o médico acha melhor esperar para ver. Eu espero!
Até lá, se alguém estiver interessado nos potenciais cachorros indefinidos... não querias um gato?
posted by DARJELING

sexta-feira, abril 21, 2006

passei a noite assim...


desenho: enviado por mail... source unknown

a minha mãe chega com a minha titi, às 13:35 a Bruxelas... hà dias que ando em limpezas... e se leste o post que escrevi sobre a lista de coisas a comprar pela sua chegada... comprei tudo! por isso tenho a casinha "nos trinques'!!

eu sei... ela vai encontrar um cotão de pó por tràs do móvel demasiado pesado para o deslocar... eu conheço-a!!!

mas a malinha dela vem cheia de coisas!!! o que no caso da minha mãe, nem sempre servem...

quarta-feira, abril 19, 2006

il tiramisu della Lucia...


vê là o que eu consegui fazer para sobremesa na Páscoa!!! fico orgulhosa!!!
queres a receita? a marienkafer diz-te! buon apettito!!

terça-feira, abril 18, 2006

surpresas...


devias aprender DARJELING com estas surpresas! aliàs todos! (não quero ser màzinha... mas...)

isto de prometer que escrevem, que vêm visitar, que telefonam... e depois nada... começa a deixar-me muito triste. não acho aboslutamente que como vivo longe tneho direito a estas coisas boas que são os contactos à distância... mas... quer-se dizer (como diria a mamã) hà que ter cuidado com o coração de um emigra!!!

...porque poucos actuam sobre as próprias promessas... eu tento manter, aliàs não as faço senão souber que serà possível cumprir... mas de repente, não hà coisa melhor para o ego, para o cuore que chegar a casa, abrir a caixa do correio e ver que alguém que nunca prometeu, que nunca avisou... manda de um dos sitios mais "casa" para mim no mundo um postalito simples que diz "...pensei em ti"!

claro que adorei receber os primeiros números de uma revista muito novinha A10, que chegou no mesmo dia que o pedacinho de São Francisco...
obrigada pelas surpresas... e pelas promessas... a esperança é realmente a única coisa que me resta por vezes...

quinta-feira, abril 13, 2006

let's go...

to palestina!













finalmente o meu queridissimo amorzinho decidiu dedicar-se de corpo e alma a esta causa. ach oque devem ter passado jà 6 meses desde que decidimos pela primeira vez tratar desta viagem, e não havia maneira de fazer com que o miudo tratasse disto.

là insisti, e insisti, e insisti... e como o objectivo deste viagem seria ir visitar a sua irmã que està gràvida de 6 mesinhos e que por causa do emprego, dirige uma ONG (!!!) vive là, achei por bem que é problema dele! quero só saber quando tneho o voo, o resto não me interessa porque não me cabe a mim resolver isto!

ora... por ter deixado tudo nas mãos dele... passaram-se 6 meses...

a semana passada ainda tentei subornar-lhe "trata da ida à palestina que eu trato de tudo sem um "piu" para as férias nos açores!" com um sorriso meloso là pensei ter ocnseguido convence-lo...
nada...

ontem gritei!
ah pois pensas o quê? é que realmente jà não dava, não tarda tou a abdicar dos dias em lisboa para ir à palestina... e isso é que não! porque eu sei que é terra religiosa, mas hà limites!
...e gritei...

hà 5 minutos recebi um mail. "tratei de tudo! vamos no dia 5 de maio e voltamos no dia 14. jà tà!... tàs contente?"... ... ... ... isto é porque quer mimos depois de lhe ter berrado!
o que é certo é que vou passar uma semana numa terra onde nunca pensei ir, onde não sei como se fala, como se vive, como se se veste... é tão confuso... é um país em revolução, cada dia é uma notícia nova, mà, menos mà... cria em quem pensa em là ir, uma ansiedade estranha, não chega a ser medo... é mais uma sensação de ignorância. de perceber que não serão umas férias normais... mas mais uma razão para ir e absorver tudo, cores, cheiros, pensamentos, palavras, olhares...

quem sabe, não descobrir um pouco mais de nós...

prende il mondo in mano...



quando sei felice...


os meus avós visitaram este magnifico "edificio" em 1958, nos seus primeiros dias de vida... e mesmo agora acredito que tenha a mesma magia...

quarta-feira, abril 12, 2006

o Jùlio e a Joana... (10.01)


foi adoptado pela minha queridissima amiga Joaninha que o encontrou aqui achei o seu novo amiguinho amoroso e estarà sem dùvidas em boas mãos.

isto leva-me a escrever um post sobre a Joana Azevedo, que fez anos no longínquo dia 10 de janeiro, eu sei, jà passou imenso tempo, mas caramba, sou fã de ditados e agora uso o "mais vale tarde que nunca" e agora que ela està para adoptar um bichinho tão lindinho, ainda quero perceber de onde veio o nome do dito porque "quer-se dizer"!!! mas enfim, ocnto-vos umas coisas dela (não fiques assim com essa cara que não vou contar o que te dei pelos aninhos hà 3 anos atràs!).

na Universidade Lusíada as amizades para mim não eram muito profundas, tornam-se profundas, quanto mais tempo se passa fora daquela universidade, e por isso mesmo quando conheci a Joana no meu primeiro ano, nas aulas da tarde não dei muita importância, porque como eu estava a tratar dos papéis para ir para o horário da manhã, sempre pensei que nunca mais a iria ver. até que no 4ano dei de caras com ela!
foi uma surpresa boa, eu andava meio farta da faculdade, estava num período não dos estudos, andava ali por andar, sem muita vontade com pouca motivação, quando ao passar mais tmepo com ela e com o nosso amiguito João G. (que vou ver daqui a 3 dias!) diverti-me muito esse ano. foi um ano atribulado, pelo menos para mim, e foi-me essencial a amizade que ocnsegui estabelecer com eles os dois.

quando o ano estava para acabar, decidi inscrever-me para Erasmus, e depois de um mês à espera ligam-me da Lusíada e dizem-me "olhe, para as cidades onde queria ir não hà mais vagas, só em Milão." ora quem me ligou jà não estava muito bem disposta e acabou por me deitar abaixo com aquilo... eu pensei e disse, espere 30 minutos que eu vou jà para aí e decido aí! ora o meu plano era ir là para perceber quem iria também para aquela cidade que nem sequer tinha lugar no meu mapa mundo mental! quando là cheguei perguntei logo com quem iria eu passar um ano de aulas, é que eu não queria ir mesmo com pessoas de quem não gostasse, e como havia algumas naquele, achei por bem investigar... mas là percebi que para Milão ninguém se tinha inscrito o que me deixou mais triste ainda... não, nunca pensei em soburnar a mulherzinha e pedir para ir para outro sítio, acredito que as coisas acontecem por alguma razão e isto era só mais uma experiência de tantas outras... e quem sabe...

enquanto pensava, ouvi a senhora Célia (não me lembrava do nome) falar ao telefone "sim Joana? olhe tenho uma vaga para si em Milão... aceita?" (a coisa foi um bocadinho mais demorosa, mas tenho que trabalhar!)... e ela aceitou... pois bem, assim seja, combinei com ela que eu ia primeiro para Milão e ia procurar casa porque ela não conseguia ir antes de Outubro, e là fui procurar o nosso ninho.

...passados 10 meses
adorei... simplesmente adorei, cada uma com personalidades diferentes conseguiu fazer daqueles 10 meses vidas diferentes sempre em sintonia. conhecemo-nos melhor, conversàmos imenso rimos tanto... e choràmos muito. porque neste 10 meses não passamos só tempos cor-de-rosa, aliàs vivemos tantos muito tristes. sofremos por estar longe, por estar perto, de quem gostamos. e vimos como crescemos juntas.
apaixonàmo-nos... sofremos... tomàmos decisões de vida, mandàmos à merda outras! começámos a completar os raciocínios e perceber os próximos passos uma da outra.
arranjei uma amiga nova, sem planos e sem intrigas, uma amiga que me deu muitos mimos quando precisei e mesmo quando não precisei... que me deu muitos beijinhos para que a minhas làgrimas não fizéssem barulho, que me abraçou quando o meu coração estava para explodir... e que se chateou muito comigo quando por causa do meu novo amor não limpei a casa por duas semanas!

não sei se contribui positivamente para o seu Erasmus como ela o fez para o meu... mas calculo que qualquer coisa lhe dei, qualquer coisa lhe ensinei, nem que seja onde se bebia o melhor cappuccino milanês!! e por isso acredito que o Jùlio vai estar em boas mão, vai-lhe servir de companhia e vai dar-lhe muitos miminhos porque ela precisa deles sempre... jà que eu não estou por perto para lhe fazer massagens na cabeça. e ela vai tratar muito bem, porque ela quando gosta é um amor... e com isso eu sei que vou contar sempre. ainda por cima, deixou de fumar! não, não fui que consegui esse milagre, mas é sempre um milagre!

para acabar este texto, que nunca conseguiria ser demais... acabo com uma frase que repeti durante mil e uma noites no nosso quartinho, tipo manas, durante aquele ano de 2002/2003...
"...joana?...."
"o quêêêê..."
"...contas-me uma história?"
...
...

noite de inverno em abril...



É mesmo, andamos aqui permanentemente com o inverno às costa. està demasiado frio para ser abril, aliàs parece mesmo que o mês de janeiro ainda não acabou, deu-nos alguns dias de trégua durante o passado mês de março... mas literalmente foi sol de pouca dura.
ainda consegui nesses poucos dias comprar uns óculos de sol novos, e decidi usà-los no ùltimo dia se sol... gostei, foi de facto uma sensação boa... embora faça agora parte do passado.

Nestes dias não hà vontade para nada, em dias de trabalho quando vou para casa o vento quase me deixa mais magra todos os dias. Faço tanta força para andar de bicicleta que juro que vou perder peso, não da ginàstica mas tenho a sensação que o vento me arranca nacos de carne do corpo à medida que vou "biclando".

Quando chego a casa, depois de subir até ao terceiro andar de escadinhas, sim porque na Flandres não existem escadas... existem escadinhas, impróprias para o NEUFERT! Là chego eu exausta, mas sempre a pensar que vou emagrecer, que sempre dà um gozo enorme! E assim que me sento à espera que o meu "cozinheiro privado" chegue, vou ficando cada vez mais mole... cada vez mais dorminhoca porque realmente olhar para là do vidro gigante da minha sala vejo chuva, vento, nuvens cinzentas como o mais escuro dos cinzentos no làpis de cor Carandache... e vêm-me a tristeza...

E heis que me lembro que afinal isto pode até ser bom, porque em noites de verão nunca estou em casa, seja aqui ou em Lisboa ou em Milão, nada de ficar em casa quando existe uma pitada de calor que seja... e assim basta pensar que estes dias de inverno primaveril servem mesmo para aproveitar o quentinho de estar em casa, não à lareira mas "ao aquecimento", não com mantinhas na cama, mas sentadinho no tapete, de velas acesas e jogar vezes sem conta Backgamon.

Encontràmo-lo um dia de aventura num mercado em segunda mão e por 3 euritos levàmos para casa um jogo dos anos 60 (e este é mesmo velhinho), numa caixa de madeira maciça, forrada no interior de feltro verde, as peças também elas de madeira maciça, tudo original. Até o saquinho para dados é em pele verdadeira... simplesmente lindo. A ùnica coisa menos gira é que um dado é em marfim, outro é de plàstico... mas enfim... para estas noites de inverno em abril... é o melhor remédio. Obrigada mãe por um dia teres ensinado estes jogos de inverno!

segunda-feira, abril 10, 2006

Ciao a tutti!

Estou a escrever outra vez de Roma! As voltas que o mundo dà... ou serà melhor dizer, as voltas que eu dou ao mundo? Pois é, cheguei das terras de Kashmira no inicio de Março e desde entao nao parei muito em casa... Quer dizer, estive 1 semana em Lisboa a comer e a dormir, mas depois nao aguentei a monotonia e fui visitar a minha amiga Katrin (a minha colega de tenda) a Berna, onde matamos saudades, fartàmo-nos de passear e até fomos esquiar para os Alpes. Depois de uma semana organizadissima na organizada suiça, onde a relva cresce direitinha, as vacas e as casas estao harmonicamente arrumadas na paisagem, o autocarro chega sempre irritantemente a horas e as pessoas caem com estilo na pista de ski, fiz 2 dias de escala em Lisboa (onde nem sequer desfiz a mala, apenas substitui a roupa interior suja pela lavada!) e vim para a caotica e atribulada Roma. Estava eu com medo que o meu italiano estivesse um pouco esquecido, mas mal cheguei a esta metropole tive de discutir logo com uma data de italianos; a 1a desavença foi quando cheguei de comboio a Termini e ao sair da carruagem fui empurrada por mil italianos nervosos, que queriam entrar à força, antes de deixarem as pessoas sair - quer dizer, eu jà aprendi a aceitar e jà estou habituada que ninguém me ajude com a malas, mas ao menos deixem-me sair do comboio!; a 2a desavença, passados 5 minutos da 1a, foi na paragem dos taxis onde fui ultrapassado por uns quantos e là me envolvi, sem querer, em mais uma discussaozita geral, e até disse asneiras e tudo!... non ho parole! Bem, mas até foi bom, porque desenferrujei logo o italiano meio-esquecido! No dia a seguir, jà farta de Roma, passei em Termini e comprei bilhetes para irmos passar o fim-de-semana fora e fomos dar um saltinho ao salto da bota, mais concretamente a Lecce. Depois de 2 dias de sossego no sul, passei a semana toda (de 2a a 6a non-stop) a resolver as ùltimas burocracias em terras italianas (porque vou voltar definitivamente para lisboa) e percorri um nùmero infindàvel dos tradicionais sportellos italianos (em portugues guiche), com as tipicas filas interminàveis. Sò para ter uma declaraçao da faculdade tive de là ir 4 vezes, acham isto normal? Faltava sempre qualquer coisa... Havia dias que jà nao sabia se havia de rir ou de chorar... Là consegui sobreviver, mas cheguei a 6a fartinha desta cidade, e passei outra vez em Termini a comprar bilhetes, desda vez para Veneza, onde passàmos o fim-de-semana rodeados de àgua e de gente simpàtica, a rir que nem uns perdidos de tudo e mais alguma coisa (para esquecer a semana stressada). Resolvemos nao pagar 70 euros por 1 hora de gondola (nao pelo dinheiro, mas simplesmente por nao gostar de ser roubada!), mas compràmos um bilhete diàrio dos vaporettos (nao o ferro de engomar!) e passàmos os dias canal acima, canal abaixo, para dar uso aos 12 euros pagos pelo bilhete! Resultado: passados 2 dias ainda estou tonta e nauseada, e quando ando de autocarro parece que o mar substituiu o esburacado e velho asfalto romano!
Amanha regresso a casa, e espero gozar um bocadinho da linda e calma primavera lisboeta... in-shaala. Beijocas grandes.

posted by THE NURSE

sábado, abril 01, 2006

tens saudades minhas?

então vou-te dizer que hoje ás 17:30h vou estar na radiosi, com outros "emigras" para falar de tudo o que nos passa pela cabeça.
a experiência não vai ser a primeira na minha vida, porque a minha querida mãe fez questão de nos lançar no mundo radiofónico muito cedo, tinha eu 10 aninhos quando fiz um programa numa rádio, sobre a cidade de Marvão.
DARJELING até temos a k7... um dia ainda vais rir muito!!!

fica aqui o convite para quem tem saudades de mim, de português e sei lá... se não tens nada para fazer, das 17:30 ás 18:30 pode ser que isto te entretenha!!! não é o programa da minha vida, mas fui convidada e tenho muito gosto de ir lá contribuir com a minha voz, e quem sabe com algo de interessante!

e não é mentira...

(ah o site desta rádio está a precisar de um designer gráfico urgentemente!!!! mas faZ CLICK em DIRECT!)

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