30.09.07 - 21.10.07
finalmente...
finalmente vou poder preencher as histórias da minha família com imagens, sons, cheiros, sabores e sensações verdadeiras. passei a vida toda a querer nascer onde eles nasceram, onde eles viveram porque morria de inveja de dias passados na praia, dias passados em cuecas e descalços no mato, dias que as cheias no Umbeluzi levavam o meu pai de helicoptero á escola, dias nos mercados, dias no colégio interno da mamã, dias em cidades com nomes como Manica e Machipanda, dias nas linhas de comboio que o avô ajudou a orientar, dias na Matola na casa da tia Dana...
dias eternos, infinitos... dias de áfrica
outros dias talvez, mas para mim foram dias das histórias de infância, histórias que ouvia antes de adormecer "ó avó, eu quero histórias verdadeiras... de quando eras pequenina!"
agora vou lá eu, não com eles, infelizmente, mas com ELE, aquele que me vai dar a mão durante o voo de 11horas (embora ele vá a dormir), aquele que me vai abraçar se as lágrimas caírem de tanta emoção, aquele que me vai ajudar a montar o livro das histórias...
eu, vou a moçambique
finalmente vou poder preencher as histórias da minha família com imagens, sons, cheiros, sabores e sensações verdadeiras. passei a vida toda a querer nascer onde eles nasceram, onde eles viveram porque morria de inveja de dias passados na praia, dias passados em cuecas e descalços no mato, dias que as cheias no Umbeluzi levavam o meu pai de helicoptero á escola, dias nos mercados, dias no colégio interno da mamã, dias em cidades com nomes como Manica e Machipanda, dias nas linhas de comboio que o avô ajudou a orientar, dias na Matola na casa da tia Dana...
dias eternos, infinitos... dias de áfrica
outros dias talvez, mas para mim foram dias das histórias de infância, histórias que ouvia antes de adormecer "ó avó, eu quero histórias verdadeiras... de quando eras pequenina!"
agora vou lá eu, não com eles, infelizmente, mas com ELE, aquele que me vai dar a mão durante o voo de 11horas (embora ele vá a dormir), aquele que me vai abraçar se as lágrimas caírem de tanta emoção, aquele que me vai ajudar a montar o livro das histórias...
eu, vou a moçambique
Etiquetas: away, eu, família, moçambique
5 Comments:
que giro, o meu imaginário também foi construído 90% à base de "memórias" de sítios onde nunca tinha estado :) aliás os "contactos" cá de casa são também 90% (ou mais) moçambicanos :) são pessoas diferentes e amizades diferentes :)
de que zona(s) são os teus pais? a minha mãe é da Ilha de Moçambique, e o meu pai de Inhambane, apesar dele próprio não ter conhecido a terra até há 2 anos porque viveu sempre no Gurué/Maputo.
E em 2003 a minha mãe levou-me a mim e à minha irmã (juntamente com outros compatriotas) a conhecer as terras deles e outras tantas perdidas pelo mapa :)
Adorei a Ilha, aliás adorei tudo, Inhambane é um paraíso agora a ser descoberto (infelizmente), cidadezinha intocada pela guerra com praias lindas :) Passei também por Nampula, Nacala (o meu avô tinha lá negócios), Maputo claro com paragem na Namaacha), Pemba e todo o trajecto entre estes locais percorrido em carros repletos de pessoas com malas em cima a parar para comprar bananas-maçã ou cestos de caju :)
Muito bom, foram 3 semanas que não vou esquecer, e que gostava muito de repetir num futuro próximo para conhecer mais :)
adorei o teu comentário, eu leio o teu blog quase todos os dias... a lista é grande mas é um dos meus preferidos... embora esteja "abandonado" há uns dias!! eheheh
o meu pai é de Lourenço Marques, viveu em pequenino no Umbeluzi, e passava os fins-de-semaan no Xai-Xai, na Matola, etc. A mãe dele tb nasceu em Moçambique tal como as irmãs, mas nunca memorizei se na Beira, se em LM. Já a minha mãe nasceu na Beir, como a irmã dela, viveram tb na cidade de Manica, e na Machipanda.
para mim Moçambique é muito mais do que um país africano ligado á história de Portugal... é um bocado de mim. embora tenho sido a primeira da família a nascer em Lisboa (antes de mim os meus bisavós já tinham nascido em portugal, mas em São Gião e em Rio de Mouro) sempre achei que Moçambique me pertencia.
as histórias que me contaram, fazem-me ser como sou, porque quis sempre ser como eles, livres, descontraídos, divertidos. noto muita diferença nos amigos dos meus pais Moçambicanos e os da "metrópole"... estranhamente são muito diferentes. todos amorosos, mas ninguém sorri como os moçambicanos.
tenho pena de não ir lá pela primeira vez com os meus pais, mas talvez, seja mto bom para mim ver onde eles viveram com os meus olhos e com o meu coração...
vai ser bom, eu sei.
ohhhhhhhhhhhhhhhhhhh...tamb�m queria voltar...confirmar se as minhas memorias s�o fieis, mostrar ao meu filho onde brincava onde andava de bicicleta etc
td de bom...e sim absorva tudinhoooooooo
:))
espero ter espaço na memória para tanta expectativa. a vontade é imensa e a curiosidade ainda maior.
connosco foram rolos e rolos de fotografias, filmes, enfim :) e é verdade mesmo o que dizes dos "amigos moçambicanos"... em pequena enchia-me de vergonha de cada vez que a minha mãe encontrava alguém conhecido na rua (fosse onde fosse há sempre gente espalhada por todo o portugal, por isso era frequente)... era cá um escarcéu... e as conversas giravam sempre "quando é que vamos à nossa ilha?"... agora é mais "quando é que lá voltamos?" ehehe... e acho que lá vai voltar para o ano... eu gostava de ir mas não faço ideia em que pé estará a minha vida :|
(quanto ao blog é verdade, desmotivei um bocado porque soube que tinha sido "descoberto" - estava por ali pelo anonimato, ainda que o nome desvendasse tudo a quem me conhece :| ... mas acho que vou continuar, é só voltar a vontade e inspiração:)
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