Quanta energia!...
Finalmente chegou o meu computador. Viver sem net é uma desgraça... como este meu princípio de ano. Costuma dizer-se "Ano novo, vida nova!" mas como a minha mudou tanto há tão pouco tempo, achei melhor deixar andar e deixar-me também de resoluções que nunca cumpro.
Decidida a não mudar nada por dentro à força, decidi mudar qualquer coisa por fora e vai de arrastar a mobília do quarto - que se resume a uma cama - para uma nova posição assim que cheguei deLlisboa. Ou cometi uma grande heresia feng shui ou fiquei no meio de uma corrente de ar que fiquei doente de tal maneira, que ao telefone me faziam as mais estranhas sugestões de mezinhas para passar aquela dor esmagadora por todo o corpo. A cama voltou ao sítio do costume e foi a última vez que mexi uma palha só porque na noite anterior as 12 badaladas soaram mais alto.
No atelier também andei, e ando, metida em sarilhos com o tal concurso de habitação sustentável-mais-interface-mais-piscinas, isto porque não dá muito resultado pôr um(a) português(a) a pensar nestes assuntos de mobilidade quando no seu país tudo se move ao contrário, e um neo-zelandêz a orientar os apartamentos de modo sustentável quando para ele o sol nasce e se põe do outro lado.
Para compensar todos estes imprevistos que o destino decide colocar no meu caminho increvi-me num curso de yoga Hatha Flow que começou ontém. Pensei, que bom vou relaxar, mas foi um stress. No meio de tanta posição com nomes de animais e movimentos suaves "como uma onda"e instruções para inspirar e expirar enquanto mudava de umas para as outras, encontrar a concentração necessária não foi fácil. Quando pensava que me começava a sair bem, oiço uma "voz do além" a dizer "rita, estas a fazer uma cobra "diferente", essa ainda não aprendemos". Eu agradeço a maneira simpática com que a mestra quiz dizer que estava a fazer tudo mal, mas o resultado foi uma gargalhada geral.
O pior estava para chegar no fim, na parte supostamente mais fácil, a do relaxamento. Dadas as instruções para deitarmos a língua de fora e olharmos para o nosso terceiro olho, não consegui evitar pensar "no tal". Perplexa, mas antes de fazer qualquer movimento, olhei para ela que estava a fazer uma careta incrível com os olhos tortos a apontar para o centro da testa e a expirar com muita intensidade. Era para repetirmos. Lá fiz o ar mais possuído que consegui no meio de um riso contido por causa do que tinha acabado de imaginar, e pela situação de estar ali no meio de 10 estranhos a expôr a minha língua de forma tão íntima e a emitir sons novos e pouco prováveis de fazer se ninguém me mostrasse o caminhho. E depois de hora e meia de tanta revelação, já sentada na posição de lótus para terminar a sessão com o polegar e o indicador a formar um círculo e os restantes dedos esticados sobre os joelhos, pediu-nos para levarmos as mãos à frente da testa antes de fazermos uma oração de paz, e eu só me imaginava a colocar as mãos mais abaixo e a fazer uns óculos...
Disparates à parte, foi muito bom e estou contente com a decisão de ter estes momentos só para mim, mesmo que por agora o pensamento não me leve para onde querem que ele vá. Talvêz demore um bocadinho, mas sei que também vou ver "a luz". Basta querer.
Quanto ao que está para trás desta nova etapa de acontecimentos e lições para a vida, importa só dizer-te que o natal passado em casa foi muito bom e que gostei muito, e toda a família também, de te adoptar oficialmente durante a quadra e de te ter à nossa mesa como já vem sendo tradição. Só queria deixar registado.
Um dia quero que isso aconteça em muitas mais ocasiões, assim que voltarmos para o sol do nosso país. É que este brilha e é bonito, mas não aquece... o que vale é que se renova!
imagem retirada de http://www.inmagine.com/beauty-illustrated-photos/photodisc-pdil192
posted by DARJELING
1 Comments:
eu é que precisava de umas aulinhas de yoga como nos bons velhos tempos, em que mesmo depois de & hora de posições absurdas... tinha ocnseguido relaxar e divertido ao mesmo tempo... hoje em dia é impossivel fazer uma ou outra
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