abram alas para o Noddy!

Estou acampada na sala dos meus amigos. Eu, o J, as nossas malas por desfazer a ganhar vincos nas roupas... mas estamos muito bem instalados. Mas como não podemos ficar eternamente aqui em Temple Bar - até porque o atelier fica a milhas -, a nossa grande missão é encontrar uma casinha só para nós.

Logo no dia em que chegámos, ontém, fomos enfiar-nos numa fila de 2 horas já depois de anoitecer, para ver um apartamento que prometia... pelo preço claro. Tal como esperávamos era uma barraca suja, mas valeu a pena porque passámos o tempo todo a rir e a travar conhecimento com aqueles que tinham a sorte de ter chegado antes e ter visto o apartamento. Parecia um concurso: assim que alguém saída pela porta cor-de-rosa desmaiada daquele prédio de tijolo, era rodeado pelos que esperavam. E assim se foi passando o tempo de espera com estes intervalos de euforia colectiva.

Hoje foi dia de fazer marcações do telefone e eis que do outro lado da linha ao fim de mil telefonemas - 8 vá...- alguém pronuncia o meu nome com tal correcção, sem enrolar a língua como o outros, que só poda ser do nosso lindo país. E este sinal divino - senti que tinha ali um ombro amigo pronto para me ajudar e logo a trabalhar numa letting agency - tinha o nome de Eva. Nada mal ãhm?!? Está quase a bater a mística do Noddy que me aparece sempre a acenar com o seu bracito montado no seu carinho quando peço um sinal de que tudo vai correr bem. Ele é numa mochila de uma crinancinha, num balão de papel metalizado, numa t-shirt minúscula... está sempre lá. A única vez que a coisa falhou - mas comprovou ser da mais pura fiabilidade -foi quando me apareceu numa impressão tão rasca - devia ser da loja do chinês - que a sua cara estava verde ranho. E nessa noite vomitei. Duas vezes, e juro que não bebi nada!

Ainda antes de embarcar o vi no aeroporto e mais!, vim no dia 4, no lugar 4A no voo 400 e qualquer coisa: o meu número da sorte que por acaso é o meu dia de anos.

Por isso não vou desanimar, e para além da esperança que trago no meu coração - nesta parte a minha voz sobe determinada!...pausa...- sei que hei-de continuar a ver o seu bracinho a acenar nos sítios mais inesperados, só para continuar a sentir que tudo vai correr bem, e que daqui a pouco terei uma casinha... nem que tenha de subornar a Eva!

posted by Darjeling